‘A Saga de Dandara e Bizum a Caminho de Wakanda’, da Confraria do Impossível, estreia no Sesc Tijuca dia 9/11

Espetáculo infantojuvenil aborda temas como respeito ao próximo, igualdade de gênero, racismo estrutural, tolerância religiosa, colonização cultural, representatividade e ancestralidade

RIO DE JANEIRO – Depois de conquistar a crítica com a peça “Esperança na Revolta”, líder em indicações (três) no Prêmio Shell 2018, tendo sido agraciada na categoria Direção, a Confraria do Impossível estreia dia 9 de novembro uma nova montagem, desta vez voltada ao público infantojuvenil: “A Saga de Dandara – A Caminho de Wakanda”. O espetáculo, que percorreu um circuito por oito unidades do Sesc em outubro por ocasião do Mês das Crianças, agora cumpre temporada até 8 de dezembro aos sábados e domingos, às 16h, no Teatro 1 do Sesc Tijuca. No local, funciona o Núcleo de Produção de Arte e Cultura para a Infância e Juventude, inaugurado recentemente pelo Sesc RJ.

“A Saga de Dandara e Bizum a Caminho de Wakanda” traz diversas referências históricas da cultura negra, entre o ancestral e o futurista. O espetáculo infantojuvenil, é uma montagem inédita, que narra a história de duas crianças que vivem em uma periferia do Rio de Janeiro no ano de 2080, um quilombo chamado Palmares e decidem partir numa viagem sem volta com a missão de salvar o mundo de todos os males e fazer o sol voltar a brilhar. Entre muitos desafios, reviravoltas e aventuras elas precisam encontrar o caminho até Wakanda.

Poesias da escritora Conceição Evaristo compõem a saga que aborda diversos temas como respeito ao próximo, igualdade de gênero, racismo estrutural, tolerância religiosa, colonização cultural, representatividade, ancestralidade, entre outros.

A peça conta com a direção e texto de André Lemos, o primeiro artista negro a ganhar o prêmio Shell de Teatro na categoria Direção em 2019.  O elenco é composto por Reinaldo Junior, Juliane Cruz, Tati Villela, Tarso Gentil e Wayne Marinho. O espetáculo tem como uma das principais missões socioeducativas reforçar referências da história do povo negro que é constantemente apagada, dando um olhar representativo principalmente para crianças e jovens.

“A gente vive um momento de retrocesso cultural e social. Esse espetáculo vem como uma potência de um trabalho de base para as nossas crianças e jovens, trazendo possibilidades de novas referências, de contar a história por novos pontos de vista”, conta André Lemos.

A idealização é do coletivo artístico “Confraria do Impossível”, que entra em um universo infantil pouco explorado e fundamental para um futuro de médio a longo prazo, trazendo um trabalho inovador, crítico e educativo para que as crianças e jovens possam se sentir cada vez mais representados e os ajude a se tornarem adultos mais conscientes.

“Desde sempre a gente é obrigado a consumir criações que não nos representam. A tipificação de heróis brancos, a demonização e a intolerância com a cultura preta e espiritualidade. Esse trabalho vem com objetivo de tentar destruir um pensamento coronelista que é imposto na nossa cultura desde sempre. A gente traz referência da cultura ancestral, como os orixás, o que eles realmente representam, a Cultura Negra Pop, como Pantera Negra, Wakanda e entre outros”, destaca o diretor.

SAIBA MAIS SOBRE A CONFRARIA DO IMPOSSÍVEL
A Confraria do Impossível é um coletivo artístico negro empresarial que intervém nas ruas, espaços culturais e transportes públicos na cidade do Rio de Janeiro desde 2009 e visa o trabalho com a arte, a cultura e a educação como forma de reflexão, transformação, aprendizado e conscientização social. Desde 2015 a Confraria do Impossível se mantém de forma independente e autônoma com atividades ininterruptas.

Em 2018, a Confraria do Impossível foi indicada ao prêmio Shell de teatro no Rio de Janeiro (considerado o mais importante do país) com o espetáculo “Esperança na Revolta” nas categorias autoria, música e direção, tendo levado o último, que quebrou um histórico de nunca antes um diretor negro ter ganho nesta categoria em 31 anos de história da premiação.

SERVIÇO

  • “A Saga de Dandara e Bizum a Caminho de Wakanda”
  • Local: Núcleo de Produção de Arte e Cultura para a Infância e Juventude – Sesc Tijuca (Teatro 1)
  • R. Barão de Mesquita, 539 – Tijuca
  • Temporada: De 9/11 a 8/12 – Sábados e domingos, às 16h
  • Ingressos: R$ 2,50 (habilitado Sesc), R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10
  • Classificação: Livre

FICHA TÉCNICA

  • CONCEPÇÃO: Confraria do Impossível
  • TEXTO E DIREÇÃO: André Lemos
  • POESIAS: Conceição Evaristo
  • DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Simone Braz
  • PRODUTOR ASSOCIADO: Lázaro Ramos
  • ELENCO: Reinaldo Junior, Juliane Cruz, Tati Villela, Wayne Marinho e Tarso Gentil
  • STAND IN: Rudson Martins
  • ORIENTAÇÃO MUSICAL: Fábio Mukanya
  • DIREÇÃO MUSICAL: Maria Clara Coelho
  • MÚSICAS: Confraria do Impossível, Maria Clara Coelho e Domínio Público
  • DIREÇÃO DE MOVIMENTO e PREPARAÇÃO CORPORAL: Reinaldo Junior
  • DANÇAS DO OESTE AFRICANO: Sabrina Chaves
  • FIGURINOS: Reinaldo Junior e Rona Neves
  • ADEREÇOS: Rona Neves e Tarso Gentil
  • CENÁRIO: Tarso Gentil
  • CONFECÇÃO DE BONECOS: Era uma vez o mundo
  • CENOTÉCNICO: Álvaro Dias
  • COSTUREIRA: Tatiane Jiquiriçá
  • DESENHO DE LUZ: Rommel Equer e Maurício Fuzyama
  • PROJETO GRÁFICO: João Eliel
  • FOTOS PROJETO: Tarso Gentil
  • FOTOGRAFIA: Natália Perdomo
  • OPERADOR DE LUZ: Luan Almeida
  • OPERADOR DE SOM: André Lemos
  • PARCERIA: Terreiro Contemporâneo e Escola Técnica de Teatro Martins Pena
  • APOIO: Era uma vez o mundo
  • REALIZAÇÃO: Confraria do Impossível

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